terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Trabalho da Disciplina Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social III ACADÊMICAS: Cíntia da Cruz Dantas Nirvana Celeste C. França Tatiane de Souza Góes Lauro de Freitas, Dezembro de 2011 RELATÓRIO É que a função pedagógica do assistente social em suas diversidades é determinada pelos vínculos que a profissão estabelece com as classes sociais e se materializa, fundamentalmente, por meio dos efeitos da ação profissional na maneira de pensar e agir dos sujeitos envolvidos nos processos da prática.”A discussão que Veras, trata da reprodução ou não dos padrões culturais americanos, que são expandidos para o mundo através do Welfare State, instalado a partir de 1930 que constitui parte do compromisso fordista. De uma maneira generalizada o fordismo é uma tática de produção que faz com que o trabalhador sirva voluntariamente aos objetivos do empregador, fragmentando seu trabalho para que este desenvolva papel de máquina, tirando do trabalhador toda a participação intelectual. Tudo isso tem lógica quando pensamos na função pedagógica que a profissão quer exercer em suas relações com as classes sociais. A formação de pessoas para o trabalho instrumental e outras para o trabalho diretivo são preocupações atuais para o serviço social. Este estudo sobre a função pedagógica do assistente social sustenta-se na tradição marxista, privilegiando o conceito gramsciano de cultura. Gramsci, citado diversas vezes pela autora nesta obra, dedica-se a uma profunda análise sobre princípio educativo, em que o trabalho é entendido como elemento constitutivo do processo educativo desde a escola elementar. Para Veras o assistencialismo e o filantropismo ainda estão presentes na cultura brasileira e isto gera um grande ônus as classes subalternas. Através da função pedagógica do assistente social podemos escolher em ajudar a reproduzir o que está posto ou ajudar na emancipação das classes subalternas. Por isso é correto afirmar que esta função pedagógica está vinculada a mudança da cultura. Gramsci (1976:396) liga a noção de cultura a modo de vida, encontrando suas raízes na base econômica, nos métodos de trabalho(pg 29). “Os métodos de trabalho são indissoluvelmente ligados a um determinado modo de viver, de pensar e de sentir a vida”. Para a classe trabalhadora, a perspectiva de formação de uma nova cultura vincula-se ao processo de sua organização como classe, no movimento mais amplo da constituição de sua hegemonia na sociedade. A questão da assistência social é entendida em suas dimensões de natureza econômica, política e cultural, tendo como base ontológica a necessidade do sistema capitalista de reprodução das desigualdades sociais e de controle social sobre as classes subalternas. O controle social apresentado neste momento é considerado como um sistema articulado, conscientemente coordenado para obter a satisfação de necessidades sociais a partir de certa racionalidade, tendo em vista um determinado conformismo social. No desenvolvimento do processo de pesquisa são privilegiados dados secundários; eventualmente são precedidas entrevistas com profissionais para clarificação e ampliação dos dados levantados na bibliografia específica do Serviço Social. O Serviço Social como profissão consolida-se e expande-se a partir 1910 a 1930 devido a reorganização do trabalho e da produção dentro dos ditames do fordismo/taylorismo. A prática profissional se dá nesses processos a partir da mediação do sistema de controle social desenvolvidas pelo capital sobre o trabalho. A profissionalização do assistente social na Europa e nos Estados Unidos ocorre no mesmo período histórico, compreendido entre a fase final do século XIX e as três primeiras décadas do XX."Princípio educativo, a rigor, significa uma adequação do processo ideológico formador de determinado modo de vida - cultura - às necessidades e imperativos de um tipo de racionalização produtiva." Essa adequação, seria então o chamado pela a autora de "Conformismo mecanicista", que fazia com que o trabalhador exausto tivesse um mínimo de equilíbrio para continuar servindo aos ideais fordistas. Através desta exaustão surge um conformismo proposto pelo próprio trabalhador. O americanismo, segundo análise gramsciana, caracterizou uma modalidade da hegemonia do capital, como uma forma histórica de tornar concreta uma revolução passiva. O fordismo, associado às técnicas organizacionais tayloristas, como elemento de organização da estrutura, constitui-se como um “ponto extremo do processo de tentativas sucessivas da indústria para superar a lei tendencial da queda da taxa de lucro”. Para Gramsci, os altos salários constituem uma forma transitória de retribuição, fazem parte das estratégias persuasivas necessárias para a seleção e manutenção de trabalhadores aptos para o novo sistema de trabalho. Como consequência, o novo padrão de reprodução fordista possibilitou o reordenamento do grupo familiar, transformado-o em célula básica de consumo."[...]a produção fordista/taylorista, significou tanto a introdução de uma nova tecnologia, como de novas formas de organização do processo de produção e de controle social. Equivale dizer que constituiu uma nova política de controle e gerência do trabalho no interior da fábrica, mas implicando, também, novas formas de reprodução e organização da força de trabalho, um novo padrão de consumo [...]" Assim o fordismo/taylorismo era uma maneira de controlar os trabalhadores que lutavam contra as demandas do capitalismo, isso através de atitudes proibitivas e puritanas. Contudo o poder estatal teve grande parte nisto, através de, como chama a autora, "processos coercitivos e educacionais", estabelecidos através de salários e benefícios sociais.O taylorismo mais que um conjunto de técnicas organizacionais das relações de trabalho, compatível com os objetivos fordistas da população em massa, direcionado à alta produtividade mediante a adequação do esforço físico à cronometragem do tempo necessário ao desempenho de tarefas, constituiu uma consciente pedagogia plasmadora de subjetividades em relação ao operário, funcionários intermediários e patronato no âmbito dos processos de trabalho. A supervisão reveste-se de grande importância na teorização taylorista na medida em que realiza o nexo entre a esfera de planejamento e a execução das tarefas, sustentando-se no pressuposto de que a racionalização científica do processo de trabalho, da administração de tarefas requer uma divisão de responsabilidades entre direção e trabalhador. A cultura do “bem estar” organiza-se a partir dos anos 30 e 40, em que se sobressaem como referencias central a crise mundial do sistema capitalista nos anos 30 e as saídas dadas à mesma pelo capital. Para Altvater (1987) a crise dos anos 30 é considerada a primeira grande crise mundial do capitalismo no século XX. Esta crise expressou-se em todos os setores da vida social, atingindo todo o mundo capitalista. A autora concorda com a posição de que o welfare State materializou-se, como um padrão de acumulação e de regulação econômica e política, a partir de regras definidas pelos principais grupos sociais e políticos, é o pressuposto do financiamento da economia capitalista. O desenvolvimento do processo de “ajuda” psicossocial individualizada no Serviço Social parte do ponto de vista de que a questão social – reduzida às suas manifestações na esfera individual constitui-se um problema moral. Esta noção justifica uma intervenção via assistência social individualizada de cunho moralizador direcionada para a reforma moral e a reintegração social. A pedagogia da ajuda sofre influencia das ideologias taylorista e neotomista. Atribui ao ser humano a culpa pela sua condição na sociedade, inabilita-o, o torna subalterno, lhe extorqui a autonomia. Nesse processo o ser humano precisa passar por avaliações para talvez receber a ajuda de que necessita. Aqui o que mais se pode verificar é o que comentamos mais a cima, a tutela do ser humano como um todo, o tornando dependente dos serviços de assistencialistas. A pedagogia da “participação desenvolve-se e consolida-se na prática do assistente social a partir, fundamentalmente, das propostas de desenvolvimento de Comunidade (DC), sob a influência da ideologia desenvolvimentista moderna. Essas propostas são introduzidas e difundidas no continente latino-americano nos marcos das estratégias expansionistas do capitalismo monopolista, sob a hegemonia do imperialismo econômico dos Estados Unidos, contando com o adesismo e submissão de governos e lideranças nacionais nos diferentes países.” Na pedagogia da participação a influencia é do toyotismo, que busca a reconstrução do capital através da participação. Aqui a visão é que através da ascensão econômica ocorra o desenvolvimento social, no entanto acorrem maiores desigualdades. Aqui a participação é uma ilusão, uma manobra do capitalismo. A partir desta experiência de participação a profissão embarca numa perspectiva de uma nova pedagogia, classificada como Emancipatória, para beneficio das classes subalternizadas. Neste trabalho, as possibilidades de vinculação dos serviços social ao movimento de construção de uma perspectiva pedagógica emancipatória pelas classes subalternas são entendidas no quadro das condições sócio-históricas e político- ideológicas de elaboração e desenvolvimento e um projeto profissional identificado com os interesses das citadas classes. Processo este de redefinição profissional, no continente latino-americano, ganha corpo nos marcos da deflagração do Movimento de reconceituação, a partir dos anos 60. O Serviço Social tornou ponto central da Pedagogia emancipatória a participação, objetivando mais politização e criticidade nas relações sociais. Para isso existem na profissão duas direções, uma que se limita às lutas pelas classes subalternas, em busca de direitos civis, políticos e sociais. E outra que prioriza a luta social da classe trabalhadora, objetivando a transposição da ordem social e hegemônica, colocando a luta pelos direitos como mediação do processo de emancipação na sociedade capitalista. As bases sócio-históricas da função pedagógica do assistente social na sociedade brasileira vêm sendo tensionadas, a partir dos anos 90, pelas estratégias político-culturais acionadas pelas classes fundamentais na luta pela hegemonia no país. Os perfis pedagógicos vêm sendo modificados nos anos para adequar-se às novas necessidades e demandas pautadas pela intensificação da exploração do trabalhador pelo capital. Essas mudanças que ocorreram são respostas à necessidade de atualização da função pedagógica da profissão que se definem a partir da necessidade da desmistificação da luta por direitos, objetivando a emancipação do ser humano. O Perfil pedagógico da prática do assistente social contempla dois eixos: Determinações sócio-históricas e teóricas-políticas da institucionalização da profissão na sociedade capitalista.( eslaide 10 tema 03) A racionalização e reorganização da assistência social em bases técnicocientíficas-mediação privilegiada de enfrentamento da questão social e controle social pelo capital sobre a classe trabalhadora.(eslaide 11 tema 03) O Serviço Social e prática pedagógica: a arte como instrumento de intervenção social Débora Guimarães da Conceição Resumo Este artigo discute a possibilidade e a potencialidade da arte como Os filmes, letras de música, fotos e outros registros são instrumentos importantes que podem ser utilizados para interpretar o real. O uso do cinema, somado aos objetivos como instrumento que colabore para uma prática pedagógica crítica e criativa do assistente social, evidenciando o potencial educador da arte como meio para consolidação desta ação. Para isso, são abordados os diferentes sentidos e conotações que a educação pode vir a ter em meio à disputa hegemônica. A discussão abrange o estudo da contribuição do Serviço Social na criação de consensos na sociedade em torno de interesses das classes fundamentais, que pode reforçar a hegemonia vigente ou criar uma contra -hegemonia no cenário da vida social. A potencialidade da arte somada à dimensão pedagógica do Serviço Social, quando construída num sentido de transformação e emancipação dos usuários, pode contribuir para a informação e a promoção de sujeitos mais questionadores da realidade social. PENSAMENTO GRAMSCIANO E A RELAÇÃO ‘TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL E CENTRALIDADE DOS SUJEITOS SOCIAIS NA CENA HISTÓRICA’ Altineia Maria Neves RESUMO O presente texto tem como objetivo apresentar breves apontamentos sobre a aproximação entre o pensamento de Gramsci e o Serviço Social brasileiro a partir da década de 1970. Ao resgatar a força do legado de Gramsci no fazer da profissão, enfatiza-se a perspectiva sócioeducativa assumida pelos agentes profissionais junto aos segmentos populares da classe trabalhadora e a centralidade desses sujeitos na cena histórica. Gramsci distingue três graus: - Manifestação da solidariedade entre os membros; - A consciência da solidariedade de interesses ainda é limitada ao campo econômico; -A consciência da solidariedade entre os diversos grupos subordinados. Eslaide 18 tema 5 BIBLIOGRAFIA BÁSICA serviço social e a organizaçao da cultura:perfis pedagogicos da pratica profissional / MARINA MACIEL ABREU- 4. ed – SÃO PAULO: CORTEZ , 2011 Pensamento Gramsciano e a relação trabalho do assistente social e centralidade dos sujeitos sociais na cena histórica de Altineia Maria Neves. Disponível em:http://www.nufipeuff.org/seminario_gramsci_e_os_movimentos_populares/trabalhos/Altineia_Maria_Neves.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2011 O Serviço Social e prática pedagógica: a arte como instrumento de intervenção social de Débora Guimarães da Conceição. Disponível em: . Acesso em: 21 abr. 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário